Tava fechada pra balanço
Quando vc chegou pra me balançar
Me acalantar, me esquentar, me embalar, me embolar
Como brasa que atravessa o peito e sai pela cabeça
Vibro dos pés aos fios dos cachos, sem embaraços
Eletrizada como água viva
Bonita e perigosamente inflamável
Violentamente pacífica, indico
Em conexão andrômeda se faz presente
Um curumim traçado de palha, ouro e ventania
Sopra manifestos que tangenciam corpos vivos
Penetram corações em métricas, rimas e repiques
Cada sílaba flecha transforma luto em luta
Feminina mandinga que rasteja nosso sexo
Desperta cura a cada respiração, desconecto
Pulsa tecidos, órgãos, histórias, repertórios
Paredes construções, prédios ilusões
Como mantra preliminar: se a classe operária tudo produz,
pau no cú da burguesia!
Como prato principal: amor, alimento que cresce
Tesão é adimiração
21/11/2018
terça-feira, 27 de novembro de 2018
quarta-feira, 19 de setembro de 2018
Ninho
Quando as folhas caem
É hora de primavera sorrir novamente
Aconchego também é vôo
Carências
Caminhos
Carinhos
Trajetos
Coragem para abrir as asas
Morada é movimento(?)
terça-feira, 18 de setembro de 2018
Rio vermelho pede passagem
Um dia nos ensinaram que menstruação é sujeira
Quando escorre as vestes que nos impuseram
Até gera vergonha alheia
Não suja! Mela e embeleza
Enalteço sangue de rainhas
Geram é humanidade!
Fecunda nações
Útero descama memória de todas
Que vieram antes de nós
Essas dores em teu ventre
São aclamações, minhas irmãs
Que um dia nosso poder de cura
Retorne da onde nunca deveria ter saído
Renascemos em ciclos
Entre os abortos clandestinos
E aqueles inevitáveis do destino
O medo de morrer
Que se dilua todos os resquícios
Daqueles que invadiram teu corpo
Sem amor ę autorização
Lágrimas descem pelos meus olhos
Entre minhas pernas
Quando escorre as vestes que nos impuseram
Até gera vergonha alheia
Não suja! Mela e embeleza
Enalteço sangue de rainhas
Geram é humanidade!
Fecunda nações
Útero descama memória de todas
Que vieram antes de nós
Essas dores em teu ventre
São aclamações, minhas irmãs
Que um dia nosso poder de cura
Retorne da onde nunca deveria ter saído
Renascemos em ciclos
Entre os abortos clandestinos
E aqueles inevitáveis do destino
O medo de morrer
Que se dilua todos os resquícios
Daqueles que invadiram teu corpo
Sem amor ę autorização
Lágrimas descem pelos meus olhos
Entre minhas pernas
Morada
A casa que hábito se encontra por vezes abandonada
Convidei minha carcaça a rodopiar pra esquecer das paredes inconvenientes e manchadas de falsas palavras e egos inflamados
Ditas por mim e por eles
Talvez eu jamais tenha amado enquanto penetrava silêncios histéricos de homens que não aprenderam a gemer com coração
Sempre desconfiei desses
Nunca me apaixonei por
aqueles que não olhavam minhas retinas nuas
Deixei todos irem,
sem raiva, sem mágoa
Talvez eu tenha amado demais ou
queira sem querer o que nem existe
Querendo me querer com orgasmos incessantementes
dançantes, amalgadores
brilhosos
Como a brecha que escapa da janela semiaberta
Mania de querer inteireza nos detalhes e nas contradições de existir
Minha morada não é estática
Porque nasci para bailar
E no meu balanço só vem
quem tem carinho para dá
Convidei minha carcaça a rodopiar pra esquecer das paredes inconvenientes e manchadas de falsas palavras e egos inflamados
Ditas por mim e por eles
Talvez eu jamais tenha amado enquanto penetrava silêncios histéricos de homens que não aprenderam a gemer com coração
Sempre desconfiei desses
Nunca me apaixonei por
aqueles que não olhavam minhas retinas nuas
Deixei todos irem,
sem raiva, sem mágoa
Talvez eu tenha amado demais ou
queira sem querer o que nem existe
Querendo me querer com orgasmos incessantementes
dançantes, amalgadores
brilhosos
Como a brecha que escapa da janela semiaberta
Mania de querer inteireza nos detalhes e nas contradições de existir
Minha morada não é estática
Porque nasci para bailar
E no meu balanço só vem
quem tem carinho para dá
quarta-feira, 11 de julho de 2018
Pode vim
Mas vem atento
Não às frases que podem ser ensaiadas
Nem narrativas que se vestem do que já foi
Venha cru
Despido
Gaguejando
Sem perfume de vitrine
Sem cerveja
Sem canudo
Bebe!
Bebe e tenta descobrir o gosto
Em goles tomados de lábios pequenos e grandes
Impregne todas as papilas
Choque de sinapses em mil neurônios
Chegue ao estômago
Que alimente
Memórias, clichês e anseios
Aqueça-os, devaneios
Não projeta sobre a minha pele
Morada vazia
Não importa por quantos dias
Sistema nervoso periférico lhe envia sinais
Não tem controle que cesse harmonia orgânica
A gente inventou tudo...
Gozei tentando não fechar os olhos só pra enxergar
sua pupila e os desenhos que se formavam no escuro
Não quero sua alma tranquila
Quero respirar suas contradições
Sugar seus medos segurando forte
No vai e vem com as duas mãos
Chega atento ao menino que mora lá
E te convida a esquecer do relógio
Deixa ele te convencer que o ralado no joelho
Vale a pena quando se pode
Voltar a brincar de sentir com o corpo todo
Se for assim,
Pode vim
Mas vem atento
Não às frases que podem ser ensaiadas
Nem narrativas que se vestem do que já foi
Venha cru
Despido
Gaguejando
Sem perfume de vitrine
Sem cerveja
Sem canudo
Bebe!
Bebe e tenta descobrir o gosto
Em goles tomados de lábios pequenos e grandes
Impregne todas as papilas
Choque de sinapses em mil neurônios
Chegue ao estômago
Que alimente
Memórias, clichês e anseios
Aqueça-os, devaneios
Não projeta sobre a minha pele
Morada vazia
Não importa por quantos dias
Sistema nervoso periférico lhe envia sinais
Não tem controle que cesse harmonia orgânica
A gente inventou tudo...
Gozei tentando não fechar os olhos só pra enxergar
sua pupila e os desenhos que se formavam no escuro
Não quero sua alma tranquila
Quero respirar suas contradições
Sugar seus medos segurando forte
No vai e vem com as duas mãos
Chega atento ao menino que mora lá
E te convida a esquecer do relógio
Deixa ele te convencer que o ralado no joelho
Vale a pena quando se pode
Voltar a brincar de sentir com o corpo todo
Se for assim,
Pode vim
domingo, 8 de julho de 2018
Seus
Entrarei pela frente
Pelo ar
Pelos poros
Pelos átomos
Sucumbirei teus muros
Arrogantes e solitários
Treparei sem medo
No resto de vida
Tuas fechaduras são
Fragilidades não cuidadas
Limites seus!
Pelo ar
Pelos poros
Pelos átomos
Sucumbirei teus muros
Arrogantes e solitários
Treparei sem medo
No resto de vida
Tuas fechaduras são
Fragilidades não cuidadas
Limites seus!
D2
Moço bonito
Solto da frio por debaixo do umbigo
Embalo meu côco
Tamanco, tremilico
Na roda da minha saia
Embolo um ponto de jongo
Não me omito
Deixa de xaxo
Que no xamego do meu cabelo enrolado
Te afago
Faço seu xaxado
Num abraço arrochado
Virar baião de dois
Mexe comigo
Que eu mexo com vc
Mexo com vc
Mexo com vc...
Solto da frio por debaixo do umbigo
Embalo meu côco
Tamanco, tremilico
Na roda da minha saia
Embolo um ponto de jongo
Não me omito
Deixa de xaxo
Que no xamego do meu cabelo enrolado
Te afago
Faço seu xaxado
Num abraço arrochado
Virar baião de dois
Mexe comigo
Que eu mexo com vc
Mexo com vc
Mexo com vc...
quarta-feira, 4 de julho de 2018
Feriado nos seus passos
Desmarco qualquer compromisso
Pra escutar mais um vez baixinho seu gemido
Pra olhar mais uma vez seus olhos apertados de fumaça
Pra sentir suas mãos grandes descobrindo
as nuvens do feriado já ensolarado
Esqueci de me proteger do calor úmido amanhecido
Tive sonhos familiares e acordei de um quase pesadelo
no encostar da sua respiração no meu pescoço, ainda bem
Ansiedade foi desaguando...
Acho bonito essa coisa de se conhecer
com curiosidade e sem medo de "ter que..."
Acho bonito quando não tá pronto e nem tem pressa de ficar
Perdi um pouco de lucidez no seu cangote
Descolori versos em silêncio no por-do-sol
Descompassei pupilas e respirações
Dilatadas e macias
Ritmei gozo
Por cima virei
líquido
nosso
Pra escutar mais um vez baixinho seu gemido
Pra olhar mais uma vez seus olhos apertados de fumaça
Pra sentir suas mãos grandes descobrindo
as nuvens do feriado já ensolarado
Esqueci de me proteger do calor úmido amanhecido
Tive sonhos familiares e acordei de um quase pesadelo
no encostar da sua respiração no meu pescoço, ainda bem
Ansiedade foi desaguando...
Acho bonito essa coisa de se conhecer
com curiosidade e sem medo de "ter que..."
Acho bonito quando não tá pronto e nem tem pressa de ficar
Perdi um pouco de lucidez no seu cangote
Descolori versos em silêncio no por-do-sol
Descompassei pupilas e respirações
Dilatadas e macias
Ritmei gozo
Por cima virei
líquido
nosso
Exigente gostar
Só gosto de beijo que acelera o coração
Só gosto de sexo que tem beijo calmo
Só gosto de conversa que tem olho no olho
Só gosto de abraço que não tem pressa de acabar
Só gosto de carinho que arrepia a espinha
Só gosto de medo que é revelado
Só gosto de me misturar por inteiro
Só gosto de mim quando me sinto do meu próprio lado
Só gosto de sexo que tem beijo calmo
Só gosto de conversa que tem olho no olho
Só gosto de abraço que não tem pressa de acabar
Só gosto de carinho que arrepia a espinha
Só gosto de medo que é revelado
Só gosto de me misturar por inteiro
Só gosto de mim quando me sinto do meu próprio lado
Por enquanto,
pouco não me satisfaz
pouco não me satisfaz
domingo, 6 de maio de 2018
Vocês, homens, tem certeza que gostam de sexo?
Vou meter, meter, meter, meter o verbo!
Alguém já lhe disse que metidas descompreendidas
Jamais serão melhores que nossas siriricas?
Cuspe, molha, pre-pa-ra
Que tal carícias que excitam ao invés desse clichê de saliva?
Lubrifica a ação, nosso clitóris, único órgão construído pro prazer presente
Sente? Ou não sabe nem onde é o ponto incandescente?
Respira! 3 vezes mais terminações nervosas que a cabeça de sua pica.
Mamílos, pescoço, pé, boca, barriga, coxas, bunda, língua
Reconvexo!
Vocês, querem só gozar? Mostrar que estão eretos?
Vocês, homens, tem certeza que gostam de sexo?
E quando encontram mulheres que tem clareza: ameaça!
Desfaça, jogo de masculinidade, falsa prosa, descasca
Puta e vadia se não te quer ou em vc não ver graça
Zona erógena é corpo todo, desgraça!
Agora sabem: serão escolhidos, observados, como nós sempre fomos no passado
Não adianta nada sua desculpa de desejo se é egoísta machista
Frases de engate, insistências, conosco agora: a malícia!
Por obséquio, reflita: aqui não tem figurinista
Gritarei aos 4 cantos: Mulheres não permitam!
Não finjam!
Tomem as rédeas, fiquem por cima
Dá a real, não poupa rima, é por mim e por elas
Não seremos mais insubmissas!
Gozadas multifacetadas na sua cara.
Alguém já lhe disse que metidas descompreendidas
Jamais serão melhores que nossas siriricas?
Cuspe, molha, pre-pa-ra
Que tal carícias que excitam ao invés desse clichê de saliva?
Lubrifica a ação, nosso clitóris, único órgão construído pro prazer presente
Sente? Ou não sabe nem onde é o ponto incandescente?
Respira! 3 vezes mais terminações nervosas que a cabeça de sua pica.
Mamílos, pescoço, pé, boca, barriga, coxas, bunda, língua
Reconvexo!
Vocês, querem só gozar? Mostrar que estão eretos?
Vocês, homens, tem certeza que gostam de sexo?
E quando encontram mulheres que tem clareza: ameaça!
Desfaça, jogo de masculinidade, falsa prosa, descasca
Puta e vadia se não te quer ou em vc não ver graça
Zona erógena é corpo todo, desgraça!
Agora sabem: serão escolhidos, observados, como nós sempre fomos no passado
Não adianta nada sua desculpa de desejo se é egoísta machista
Frases de engate, insistências, conosco agora: a malícia!
Por obséquio, reflita: aqui não tem figurinista
Gritarei aos 4 cantos: Mulheres não permitam!
Não finjam!
Tomem as rédeas, fiquem por cima
Dá a real, não poupa rima, é por mim e por elas
Não seremos mais insubmissas!
Gozadas multifacetadas na sua cara.
segunda-feira, 23 de abril de 2018
Outro lado da linha
Numa noite chuvosa
A gente se enrola
Onda frenética
De contrações maravilhosas
Roça corpo
Morde boca
Molha dedo
Sujeito suspeito
Do outro lado da linha
A gente se enrola
Onda frenética
De contrações maravilhosas
Roça corpo
Morde boca
Molha dedo
Sujeito suspeito
Do outro lado da linha
domingo, 8 de abril de 2018
CORRIMENTO
Quero ser córrego pequeno que refresca os pés quando o sol doura a pele depois da caminhada
Quero ser água forte que abre e limpa caminho de desassossego doído no peito
Quero ser rio profundo que espelha quem chega perto
E convida para deixar de lado o medo de ser profunda
Quero ser atalho de afeto
Quero ser água forte que abre e limpa caminho de desassossego doído no peito
Quero ser rio profundo que espelha quem chega perto
E convida para deixar de lado o medo de ser profunda
Quero ser atalho de afeto
LULA LIVRE
Eu defendo Lula e isso não tem nada a ver com ser petista. Tenho muitas amigas que encontraram na luta partidária diversas estratégias de transformações sociais, as celebro imensamente, assim como posso crítica-las sem deslegitimar seus caminhos de enfrentamento.
Ser um sujeito político tem a ver com ser crítico e lúcido diante da conjuntura que estamos imersos.
Defender Lula é defender o fiasco de dignidade que nos resta no estado de GOLPE que nos encontramos.
Nunca escutei um áudio do mesmo mandando matar alguém ou falando escancaradamente de sistemas de propinas e corrupção. Nunca existiu conta descoberta na Suíça, não roubou, nem recebeu dólares em paraísos fiscais.
A Casa Grande nunca aceitará um homem do povo, nordestino e sem estudos formais ter alavancado a vida de milhares de mulheres e homens que vieram de realidades que se assemelham a sua.
Os programas sociais criados por Lula, como o Fome Zero e o Bolsa Família, retiraram da pobreza extrema mais de 30 milhões de pessoas, e são exemplos de sucesso reconhecidos mundialmente pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pelo Banco Mundial e por essas e outras Lula é indicado ao Prêmio Nobel de Paz!
Não há vida democrática coletiva sem divergências, mas saber de que lado sambamos é imprescindível num momento de retrocesso o qual nunca pensei que minha geração fosse passar.
Impedimento sem crime, acidente sem causa, condenação sem provas, execução sem disfarces!
O que está em plano neste país é algo muito sério.
Ser um sujeito político tem a ver com ser crítico e lúcido diante da conjuntura que estamos imersos.
Defender Lula é defender o fiasco de dignidade que nos resta no estado de GOLPE que nos encontramos.
Nunca escutei um áudio do mesmo mandando matar alguém ou falando escancaradamente de sistemas de propinas e corrupção. Nunca existiu conta descoberta na Suíça, não roubou, nem recebeu dólares em paraísos fiscais.
A Casa Grande nunca aceitará um homem do povo, nordestino e sem estudos formais ter alavancado a vida de milhares de mulheres e homens que vieram de realidades que se assemelham a sua.
Os programas sociais criados por Lula, como o Fome Zero e o Bolsa Família, retiraram da pobreza extrema mais de 30 milhões de pessoas, e são exemplos de sucesso reconhecidos mundialmente pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pelo Banco Mundial e por essas e outras Lula é indicado ao Prêmio Nobel de Paz!
Não há vida democrática coletiva sem divergências, mas saber de que lado sambamos é imprescindível num momento de retrocesso o qual nunca pensei que minha geração fosse passar.
Impedimento sem crime, acidente sem causa, condenação sem provas, execução sem disfarces!
O que está em plano neste país é algo muito sério.
segunda-feira, 26 de março de 2018
Recife
a luz da cidade é também
os becos lamacentos
o saneamento que deveria ser básico
o mangue que resiste
o dinheiro que não chega
os prédios que tentam engolir o mar
os que moram em bolhas brancas
tambores silenciosos mandam recado
maracatus lembram a historia que não nos contam
vibram os caboclinhos
carijós tupinambás
baque solto baque virado
macumba de verdade
quilombos de cores
nossos orixás
os becos lamacentos
o saneamento que deveria ser básico
o mangue que resiste
o dinheiro que não chega
os prédios que tentam engolir o mar
os que moram em bolhas brancas
tambores silenciosos mandam recado
maracatus lembram a historia que não nos contam
vibram os caboclinhos
carijós tupinambás
baque solto baque virado
macumba de verdade
quilombos de cores
nossos orixás
Taila
Taila de olhos abertos, doces, honestos
Sua voz, seu protesto
Seu corpo desparafusa o que nunca teve nexo
Deslumbra as curvas dos caminhos abertos
Mulher luta na mesma dança
Herança
De quem é protegida pelos que tem sede de vingança
Vingança é malandragem
E malandragem é estar viva
Sem enlouquecer no cotidiano
Desfaz engano, vira puro acalanto
Mergulho no fundo oceano
Das águas que te lavam
E te devolvem pra si mesma
Sua voz, seu protesto
Seu corpo desparafusa o que nunca teve nexo
Deslumbra as curvas dos caminhos abertos
Mulher luta na mesma dança
Herança
De quem é protegida pelos que tem sede de vingança
Vingança é malandragem
E malandragem é estar viva
Sem enlouquecer no cotidiano
Desfaz engano, vira puro acalanto
Mergulho no fundo oceano
Das águas que te lavam
E te devolvem pra si mesma
Sujeito ainda oculto
Cuidado:
Tá pra nascer ômi que vai me colocar contra uma mulher
Por conta do seu ego frágil
Cuidado: Seu jogo "bem-me quer" tá zerado
Cuidado: que quem gosta de expor
Um dia em seu deleite azedo será revelado
Um dia em seu deleite azedo será revelado
Pequenos animais em seus habitats naturais
Gostam de contar vantagens
Lá vem você com essa papo de "fora patriarcado!"
É que a gente tem cada vez menos paciência
Pra sua postura de bom moço, é até afeminado
Sabe que eu não mando recado
Gostam de contar vantagens
Lá vem você com essa papo de "fora patriarcado!"
É que a gente tem cada vez menos paciência
Pra sua postura de bom moço, é até afeminado
Sabe que eu não mando recado
Mas só queria lhe dizer:
O que é seu já tá guardado
Não sou eu que vai lhe dá
O que é seu já tá guardado
Não sou eu que vai lhe dá
sábado, 24 de março de 2018
Junto
Goza junto comigo olhando no meu olho
Respira alto seu desejo sem medo
Arrepia do cóccxi até o pescoço
Arranha, aperta, desmorona
O dia raiou no acalanto úmido
que te deixei fazer morada
Bom dia
Logo vem uma outra madrugada
Respira alto seu desejo sem medo
Arrepia do cóccxi até o pescoço
Arranha, aperta, desmorona
O dia raiou no acalanto úmido
que te deixei fazer morada
Bom dia
Logo vem uma outra madrugada
quarta-feira, 21 de março de 2018
Fome
No final das contas ele só queria me comer
mas eu comi ele primeiro
com os olhos
com a boca
com a alma
com o mar
pedaço por pedaço
lambuzei-me
repeti
chupei até os ossos
repeti
não sobrou nada
sem indigestão
(Março, 2016)
mas eu comi ele primeiro
com os olhos
com a boca
com a alma
com o mar
pedaço por pedaço
lambuzei-me
repeti
chupei até os ossos
repeti
não sobrou nada
sem indigestão
(Março, 2016)
Vila dos Confins
Na Vila dos Confins
Ilustro o bixo que me mordeu
Maria das Dores
Senhora do mundo
Iaiá despachada se interessara
por uma jóia de moço
Corpo pesado nas suas costas
Olhos morgados
de luz incandescente
Fumaça de cores
Na margem do rio urucunã
a chuvinha caia mansa
Impossível fixa-se numa idéia só
Vinha a suave sensação de leveza
Se afobe não
Tem certas coisas que a gente
tem que explicar com fraqueza
e sem tapear
Ilustro o bixo que me mordeu
Maria das Dores
Senhora do mundo
Iaiá despachada se interessara
por uma jóia de moço
Corpo pesado nas suas costas
Olhos morgados
de luz incandescente
Fumaça de cores
Na margem do rio urucunã
a chuvinha caia mansa
Impossível fixa-se numa idéia só
Vinha a suave sensação de leveza
Se afobe não
Tem certas coisas que a gente
tem que explicar com fraqueza
e sem tapear
(Setembro, 2016)
quinta-feira, 1 de março de 2018
Semente do Maracatu
No meu peito
Brotou antiga poesia
Transformou formas de viver
Semente do maracatu
Navegou
Germinou
No seio das mais velhas
Alimentou nações
Gente que não dorme
O couro ecoou
Leite divino derramou
Na cara dos caretas
Cena nova ei de cantar
Brotou antiga poesia
Transformou formas de viver
Semente do maracatu
Navegou
Germinou
No seio das mais velhas
Alimentou nações
Gente que não dorme
O couro ecoou
Leite divino derramou
Na cara dos caretas
Cena nova ei de cantar
Mulher Caranguejo
Entre as marés e o lixo dos homens
Procura suas raízes aéreas
Respira na superfície galáctica
Absorve o impacto das ondas maiores
Impede que o solo se esvaia sobre os
próprios pés
Amontoado de um corpo só
Erosão
De onde nasce os menores
Alimento da prece
Procura suas raízes aéreas
Respira na superfície galáctica
Absorve o impacto das ondas maiores
Impede que o solo se esvaia sobre os
próprios pés
Amontoado de um corpo só
Erosão
De onde nasce os menores
Alimento da prece
Ádila
Versinho de agradecimento:
Minha princesa,
Você tem cor de rio
Cabelo macio
Coroa dourada
Armadura decorada de flor
Ervas amigas colhidas
Fumaça que limpa traquila
Umbigada que resiste
Caminhos
Carinhos
Nos
corações
Por onde passa
Arrasta
Rasga
Malícia pequena
Burburinho de desamor
Não tem vez
Não tem caô
Minha princesa,
Você tem cor de rio
Cabelo macio
Coroa dourada
Armadura decorada de flor
Ervas amigas colhidas
Fumaça que limpa traquila
Umbigada que resiste
Caminhos
Carinhos
Nos
corações
Por onde passa
Arrasta
Rasga
Malícia pequena
Burburinho de desamor
Não tem vez
Não tem caô
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018
Golpes
Ando cansada
De tanto sangue derramado
Dos nossos corpos por aí estirados
Dos inúmeros corações dilacerados
Ando cansada
Dos meus irmãos lotando as cadeias
Dos que não fazem nada de mãos tão cheias
Ando cansada
Da sua piada racista
Do seu discurso fascista
Ando cansada
Meus santos não são respeitados
Minhas ancestrais deixadas de lado
Ando cansada
Da culpa ser minha, dela e da vizinha
Da roupa, da festa ou por estar sozinha
Ando cansada
De tantos golpes
Minhas lágrimas não serão em vão
Que acalme, que lave toda essa podridão
Ando cansada,
mas nunca estive tão FORTE
[15 de julho, 2017]
De tanto sangue derramado
Dos nossos corpos por aí estirados
Dos inúmeros corações dilacerados
Ando cansada
Dos meus irmãos lotando as cadeias
Dos que não fazem nada de mãos tão cheias
Ando cansada
Da sua piada racista
Do seu discurso fascista
Ando cansada
Meus santos não são respeitados
Minhas ancestrais deixadas de lado
Ando cansada
Da culpa ser minha, dela e da vizinha
Da roupa, da festa ou por estar sozinha
Ando cansada
De tantos golpes
Minhas lágrimas não serão em vão
Que acalme, que lave toda essa podridão
Ando cansada,
mas nunca estive tão FORTE
[15 de julho, 2017]
Janela
Olhei pela janela
Percebi minha pequeninez
Vi minha arrogância refletida no espelho
Deixei a luz penetrar nos fios dos meus cabelos
Aqueci meus ossos, minhas memórias
De um tempo que os abraços eram afagos diários
Necessários
As preocupações eram retiradas com um pacote
de bolacha recheada
Dói crescer...não me reconheço nessa adultez
seca e cinza
Nessa esperteza que parece explicita
A ingenuidade...ela é criminosa
Tem crustáceos na minha pele
Nossos corpos querem se manifestar,
queremos manifestos vivos!
[ Pensamento dançante - 25 de julho, 2017 ]
Percebi minha pequeninez
Vi minha arrogância refletida no espelho
Deixei a luz penetrar nos fios dos meus cabelos
Aqueci meus ossos, minhas memórias
De um tempo que os abraços eram afagos diários
Necessários
As preocupações eram retiradas com um pacote
de bolacha recheada
Dói crescer...não me reconheço nessa adultez
seca e cinza
Nessa esperteza que parece explicita
A ingenuidade...ela é criminosa
Tem crustáceos na minha pele
Nossos corpos querem se manifestar,
queremos manifestos vivos!
[ Pensamento dançante - 25 de julho, 2017 ]
domingo, 18 de fevereiro de 2018
Sujeito ainda oculto nós
Pedi 3 palavras sem tetubiar
Intuitivamente fez-se presente a liberdade de conectar versos de dúvidas
Deriva gramaticalmente meus olhos ansiosos de afago e admiração. Tesão.
E se tem fome de tudo, porque aceita o tanto que não te sacia?
Letra por letra em oração sem objeto faz direto o verbo de disritmia
Transitivo silêncio que de longe assusta pela memória adjetiva da surpresa em sintonia
Acelera as batidas que pela boca quase fogem assentos agudos e caligrafias radioativas
Complemento o predicado:
O relógio parado por duas horas não seria suficiente para regarmos o semiárido
Dos advérbios inflexonados
Se adjuntam nos artigos, pronomes e nomes do meu peito
E pra tentar dormir, deságuo devaneio
Análise morfológica da sua respiração dentro de mim fará brotar vegetação nova? Futuro preferido
Em síntese, geograficamente parecemos substantivos perdidos,
mas mandacaru quando fulora é sinal de se avexe não
Quem mandou cê me seguir..
Intuitivamente fez-se presente a liberdade de conectar versos de dúvidas
Deriva gramaticalmente meus olhos ansiosos de afago e admiração. Tesão.
E se tem fome de tudo, porque aceita o tanto que não te sacia?
Letra por letra em oração sem objeto faz direto o verbo de disritmia
Transitivo silêncio que de longe assusta pela memória adjetiva da surpresa em sintonia
Acelera as batidas que pela boca quase fogem assentos agudos e caligrafias radioativas
Complemento o predicado:
O relógio parado por duas horas não seria suficiente para regarmos o semiárido
Dos advérbios inflexonados
Se adjuntam nos artigos, pronomes e nomes do meu peito
E pra tentar dormir, deságuo devaneio
Análise morfológica da sua respiração dentro de mim fará brotar vegetação nova? Futuro preferido
Em síntese, geograficamente parecemos substantivos perdidos,
mas mandacaru quando fulora é sinal de se avexe não
Quem mandou cê me seguir..
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