quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Espairecer




Parece que os dias estão passando sem mim
Passando por mim
Passando em mim

Parece que o tempo passa arrastado
Passando por mim
Passando em mim

É, parece que as coisas continuam a acontecer sem mim
Passando por mim
Passando em mim

É, preciso espairecer um pouco mais

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Desejo




Seus olhos tão meigos gritam por um desejo
Gritam pelo anseio de viver junto a mim

Sua boca tão macia olha a minha
Olha meu desejo em dentes e saliva

Suas mãos sentem meu cheiro
Arrepiam meus pêlos

Aspiram pelos nossos desejos

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Não importa mais




Só quero ir embora
Deixar tudo adormecido
Sarar as feridas que parecem nunca deixarem de ficar profundas
Você não percebe que tentando não se importar, dói mais
Eu também vou fingir com você

Não há mais nada a se fazer
O tempo não é algo que se possa voltar atrás
Seus erros persistem em me acordar a noite
As lembranças se misturam com meus sonhos
As vezes os tornam pesadelos
Mas você tenta não se importar porque acha que eu não me importo com você
Eu também vou fingir com você

Mas do que adianta escrever versos que você continuará a não entender ?
Agora só quero ir embora
Agora só quero deixar tudo adormecido

E quem sabe possa deixar alguém sorrir por mim
Mesmo que continue sendo fingimento

Não importa mais
Simplesmente não importa

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Se veja






Não, você não acha isso de mim
Lembra-se de quando você se viu só, eu fui lhe dá o que não tinha preço?
Fui lhe dar o que não te curou
Mas sempre soube que eu lhe dei algo bom

Lembra-se que a gente não tinha palavras pra descrever o que era esse algo bom?
Você sem querer me conheceu
Você não sabe falar de mim, mas sabe quem eu sou
Sabe porque eu te dei um pouco de mim, naqueles dias que pareciam nublados
E seus amigos pareciam não te entender

É, eu estava bem ali
Guardei sua carta, guardei seu sorriso

Será que você guardou algo e agora quer jogar fora?
Não te culpo por não saber falar
Muito menos me culpo

Não mais te vejo, mas também não te desejo mal algum
Espero que alguém possa sempre te ver e não só te olhar
Você tem que perceber que olhar e ser olhado
Nunca será o suficiente pra ninguém

Veja o que você faz, veja quem você tem
Se veja

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Pobres meninos




Se um cara tem três garotas ele é considerado um garanhão
Eu não entendo como isso seja certo
A garota sempre fica com a fama
Ele pode enganá-las e usá-las como quiser

Mas vai ver o que acontece se uma menina faz isso...
Provavelmente é tirada como a vagaba

Meninos tão preocupados com a massagem do seu ego
Meninos as vezes esquecem que também são meninas
Meninos as vezes pensam que são homens

Pobres meninos

Pensam que sabem enganar,
Damos a roda, mas eles não conseguem nos dirigir
Somos como caminhões desgovernados
Sabemos que estamos indo em alta velocidade
Mas não sabemos como, nem onde parar

Será que vai conseguir acompanhar?
Tente entrar no ritmo

Pra eles é mais fácil que se sentem e sorriam
Pisem no acelerador, sigam em frente
Não fiquem caladas porque são mulheres

Meninos tão preocupados com a massagem do seu ego
Meninos as vezes esquecem que também são meninas
Meninos as vezes pensam que são homens

Meninos acham que meninas devem ser vistas
Não ouvidas
E eu que falo posso ser novamente a vagaba
Mas não vou parar de dizer o que penso

Não podem nos controlar
O menino ganha toda a glória quanto mais ele puder faturar
Enquanto a mulher que faz o mesmo é chamada de prostituta

Eu tenho que continuar em frente

Falta de caráter é exalada pelos dois sexos
E isso, pra mim, é o certo
Vamos virar a mesa

Pobres meninos
Nunca serão homens