quarta-feira, 11 de julho de 2018

Pode vim
Mas vem atento
Não às frases que podem ser ensaiadas
Nem narrativas que se vestem do que já foi
Venha cru
Despido
Gaguejando
Sem perfume de vitrine
Sem cerveja
Sem canudo
Bebe!
Bebe e tenta descobrir o gosto
Em goles tomados de lábios pequenos e grandes
Impregne todas as papilas
Choque de sinapses em mil neurônios
Chegue ao estômago
Que alimente
Memórias, clichês e anseios
Aqueça-os, devaneios
Não projeta sobre a minha pele
Morada vazia
Não importa por quantos dias
Sistema nervoso periférico lhe envia sinais
Não tem controle que cesse harmonia orgânica
A gente inventou tudo...
Gozei tentando não fechar os olhos só pra enxergar
sua pupila e os desenhos que se formavam no escuro
Não quero sua alma tranquila
Quero respirar suas contradições
Sugar seus medos segurando forte
No vai e vem com as duas mãos
Chega atento ao menino que mora lá
E te convida a esquecer do relógio
Deixa ele te convencer que o ralado no joelho
Vale a pena quando se pode
Voltar a brincar de sentir com o corpo todo
Se for assim,
Pode vim

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