terça-feira, 18 de setembro de 2018

Rio vermelho pede passagem

Um dia nos ensinaram que menstruação é sujeira
Quando escorre as vestes que nos impuseram
Até gera vergonha alheia
Não suja! Mela e embeleza
Enalteço sangue de rainhas
Geram é humanidade!
Fecunda nações
Útero descama memória de todas
Que vieram antes de nós
Essas dores em teu ventre
São aclamações, minhas irmãs
Que um dia nosso poder de cura
Retorne da onde nunca deveria ter saído
Renascemos em ciclos
Entre os abortos clandestinos
E aqueles inevitáveis do destino
O medo de morrer
Que se dilua todos os resquícios
Daqueles que invadiram teu corpo
Sem amor ę autorização
Lágrimas descem pelos meus olhos
Entre minhas pernas

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