segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Ela era real

Se sentia como princesa
Protegida de todos os perigos das ruas no alto da sua torre
Ela tinha medo do que os garotos poderiam te fazer
Poderiam destruir seu nobre coração, tirar a sua inocência
Um dia ela decidiu dá um passo a mais e saiu da sua gaiola e do seu mundo cor-de-rosa
Saiu e enfim despedaçou seu coração, porém aprendeu que nada é em vão
No fundo era isso que ela queria
Uma emoção, mesmo que fosse uma decepção
Uma mudança pra se sentir mais viva
O que é a vida com regras e gentilezas, mas só com sutilezas?

A garota sai a noite, agora com sua inocência perdida, seus olhos latentes e vermelhos
Se misturando com o preto do lápis e com o colorido de suas pupilas dilatadas
Vidradas por uma explosão de cores

Ela apenas queria mais
Mais que bons amigos
Ela queria ser ela mesma
Ela queria entender porque não se pode colar o que se partiu
Ela tinha medo
Ela queria os corações de garotas e garotos transparentes como seu sorriso

Ela já não se importava se doía
Quando a dor era intensa, se anestesiava

Com suas amigas, ela só queria se divertir
O tempo a embelezou mas
Ela não buscava abraços e beijos vazios
Ela apenas buscava emoções para sentir seu sangue correndo pelas veias
Não importa se ruim, ela era boa no que fazia
Ela não era apenas um rosto bonito
Por dentro ela era muito mais que outros olhos enxergavam
Nunca ligue pro que ela diz, ela diz coisas sem sentido

Ela era uma contradição
Ela tinha medo dela mesma
Ela era real e mais uma vez partiu sem dizer tchau e sem olhar para trás

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Como um cd arranhado
Como uma fita que não quer voltar
Como a voz que nunca se cessa
E é assim que tudo funciona, esse amor, nosso amor
E é assim que tudo vejo, nada vejo, revejo
Talvez espécie de deja vu
Talvez eu nem esteja aqui quando tudo começar a fluir
Só sei que eu vim, vi e vivi
E o que chamam de amor, é...eu já senti
Não falo daqueles amores de cinema, Hollywood está muito longe daqui
E de glamour e luxo estou farta, apenas quero caras,
caras um dia sem máscaras

Oaiana Marques

sábado, 1 de agosto de 2009

Algumas pessoas



Há várias formas de uma pessoa entrar em nossas vidas.

Algumas já têm conta sanguínea.

Algumas conhecemos e logo dizemos: “Meu santo não bateu’’ e de repente com o passar do tempo essa impressão some, às vezes não precisa nem do tempo, só precisa de uma atitude que mostre o quanto essa pessoa pode ter o santo a seu favor.

Algumas entram e pensamos: “Essa nunca irá sair”, no entanto, elas saem sem ao menos dizer adeus.

Algumas já fazem parte da nossa vida e não percebemos.

E já outras, entram sem pedir licença, invadem seu coração e quando você acorda, ela já está instalada no seu peito como uma artéria pulsando o sangue que te deixa vivo e vivendo.

Se instala nos seus olhos e te faz ver aquilo que todos olham, mas que poucos vêem.

Se instala nos seus ouvidos e faz você deixá-los mais apurados para ouvir quando deve-se apenas ouvir.

Se instala nas suas mão e te faz sentir o quão áspero pode ser um momento e o quão suave podemos o tornar.

De repente, você percebe que algumas pessoas não entram na sua vida, elas SÃO a sua vida e quando descobre que elas se afastarão, o coração fica vazio, não só porque elas vão partir, mas porque elas não vão poder acompanhar o ritmo do seu corpo que respira por causa delas.

Dizem que sentir saudade é bom porque nos faz perceber que o passado valeu a pena,

mas quem inventou a saudade não sabia o que era se sentir fraco por achar que em seu corpo e em sua alma algo lhe falta.


Oaiana Marques


"Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos !" (Vinícius de Moraes)