sábado, 16 de janeiro de 2021

Colheita

Quem disse que meu amor também não é furia organizada se enganou

Meu amor sangra as minhas vestes

Meu amor constrói nações

Meu amor pisa descalço na terra e sente o cheiro da semente germinando

Meu amor sabe a hora da colheita

Meu amor grita rebeldia e deseja boca que também sabe gritar

Meu amor escolhe seus silêncios e não pode ser silenciado

Queimo

Me rendo a minha própria violência costurada de quilômetros de umbigo

Quem sabe de onde vem, sempre está atenta a sua colmeia

Ainda que pareça apenas doce

Carrego ferrão e aprendo a usar


04/julho/2020

OAIANA

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