sábado, 16 de janeiro de 2021

Solo Coletivo

Quantas palavras são ditas em vão quando o que mais queremos dizer é: 

Segura minha mão.

Que eu me afogue na minha própria água então, transparente.

Não tenho tempo para capitalizar meus afetos.
Presente é presença desinteressada.
Eu não tenho tempo para o convencimento da minha dor. 

Minha alegria não está à venda.

Só quem goza comigo entende o grito silenciado de tantos corpos que me habitam.

Não há tempo, não há mais tempo para o mercado individualista do prazer.

Me encontro em solo coletivo porque sou o que somos. Essa é minha cura, essa é minha roda.
Nossa roda.


setembro,2020 

OAIANA

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