quinta-feira, 12 de agosto de 2010

E e Ou ?

Talvez nenhum verso de poesia
Talvez nenhuma palavra musicada poderia transformar meu desejo de vida
Em letras lidas, cuspidas
É como querer se concretizar algo tão grande, tão grande que é abstrato, por tanto não seria nada
O tudo e o nada são tão próximos quanto o real e o invisível
Porque tudo que quer ser tudo, se torna nada
E o nada que sempre foi nada pode ser visto como o tudo
Mas que mania a nossa de ser isso OU aquilo
Você é Bahia ou é vitória ?
Você é gay ou hetero?
Você gosta de rock ou de pagode?
Foda-se, eu sou tudo e sou nada.
Tá na moda ser intenso, oito OU oitenta?
Como se fosse crime ou careta andar na margem de algo
Eu posso ser OU, posso ser E
Sou carinhosa E agreste
Sou alta E baixa
Sou quente E fria
Adicionar com o E é melhor do que sempre ter que passar por uma bifurcação na vida com o OU
Tomar pelas beiradas quando o mingau ta quente
E nem vem com esse papo de essência própria
Que essência você tem ? Que originalidade você tem ?
Não passa de uma teia de aranha! Uma colcha de retalhos!
Antes mesmo de você nascer já estava sendo construído e tecido por um monte de pessoas
Pega um pouco de lá, um pouco dela e dele também
E até para destruir ou desconstruir, até para querer ser totalmente diferente de tudo que já se viu ou ouviu, você precisa do que já existe
Pois é, eu e você somos tudo E também nada.

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